quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Terça-feira, 24 de novembro de 2009
O dia não havia terminado, e não poderia ter terminado melhor. Eu tinha ido ajudar a arrumar a exposição de presépios lá no jardim, era noite, eu estava completamente distraída cortando fios de alumínio e pegando guirlandas e pinhos até que o telefone tocou, eu me dirigi para fora do estabelecimento onde estava preparando novas guirlandas, era meu amor, ele estava mudado, estava com uma voz calma e diferente das que geralmente ele atende (com sono hehe), eu pensei que ele estava no curso, mas ele havia me preparado uma surpresa, estava lá do outro lado escondido, tudo bem, eu sei, ele me assustou, mas logo reconheci aquele braço branquelo de gatão turismo do Alaska que só ele tem (kkkkkk) e fui em sua direção, ele me abraçou como nunca havia me abraçado antes, foi demorado, mas foi o melhor abraço de anos, foi o abraço que eu tenho precisado nesse momento difícil para mim (vou citar isso mais tarde) depois ele me olhou, e me deixou sem graça com a forma que me olhava e então me deu um beijo na testa (pra quem não sabe beijo na testa significa respeito, por isso que quando se vai em um casamento o pai entrega a filha ao noivo e ele da um beijo na testa dela... é tão lindo! É eu sei, eu sempre falo isso.) e me abraçou novamente como se eu fosse fugir dali, eu me senti tão segura de tudo, eu até perdi a noção do que é ter medo, ali naquele momento foi como se nada mais existisse nem mesmo a escuridão da noite que nos cobria (e que eu morro de medo) foi então que eu falei para entrarmos, depois ficamos sentados em poltroninhas e ficamos ali conversando e rindo, e foi diferente, ultimamente tava tudo tão vazio, tão inexpressivo, tudo dava errado para gente e como num passe de mágicas aquele olhar voltava a me olhar com carinho, como eu senti falta disso... Foi como no inicio quando tudo ainda era impossível e bastava um olhar pro outro para saber que de fato nos estávamos felizes por estarmos juntos e isso era bem nítido, qualquer pessoa que olhasse para nos saberíamos que estávamos felizes, e mesmo eu não entendendo o que se passou para ter esfriado esse sentimento, como se estivéssemos escondendo isso, ali cessou, eu fiquei tão feliz, nem me importei também por ter perdido a discussão sobre origem dos descendentes de Adão e Eva por que aqueles gestos foram muito superiores, eu to parecendo uma idiota falando sobre sentimentos, mas o que eu posso fazer se eu sei o que é o amor, muita gente tem vergonha, eu não quero mais ter vergonha disso, por que hoje eu sei o quanto as palavras valem para fazer alguém feliz e triste também, eu tenho vergonha somente de falar sobre o beijo, por que é algo que concretiza a felicidade, é como um selo que guarda alguma confissão importante de uma carta só quem manda e quem Le esta carta sabe como é, sabe a intensidade e a calmaria que causa, sabe a felicidade e o carinho que foi escrita e lida.

Quarta- feira, 25 de novembro de 2009.
Eu acordei como alguém que estivesse acordando de um sonho e mal sabia que eu estava entrando em um pesadelo de tragédias, estava tudo ótimo de mais para ser verdade. Chegando da escola depois de uma prova tensa de química e historia recebi uma péssima noticia meu tio do segue-me havia morrido e eu teria de ir ao velório e ao enterro, eu sinceramente não gosto de ir a esses tipos de eventos de perda, fiquei meu dia inteiro desde as 2 da tarde ate às 7 da noite no cemitério, chegando lá eu prometi para mim mesma que não iria chorar, mas ao ver a tia lá chorando arrasada eu não pude me conter, por que eu tenho essa mania de me colocar na situação do outros, eu não recomendo, a sensação de vazio e perda é horrível, sem contar que esses lugares e essas situações me fazem pensar que eu não sou nada, tudo que eu faça tudo que eu vivenciei, toda a minha historia no final vai para debaixo da terra, ficar ali esquecida, tudo que eu estou escrevendo vai ficar aqui, apenas como uma lembrança que talvez nem seja mais acessada, tudo passa, e eu egoísta não queria estar no lugar daquela mulher, sem uma parte de sua alma, um ser incompleto, isso me faz amar mais, me faz querer dizer tudo pra todo mundo, mas eu estava tão cansada, tão frágil, tão estranha e como se não bastasse meu tio (de sangue) fez uma cirurgia para ver o grau do câncer que ele adquiriu e a noticia foi à pior possível, o câncer é maligno, ou seja, ele tem que ser forte, por que o mais provável é que ele não saia dessa, a realidade às vezes me machuca com força...
Com tudo isso em mim a conseqüência foi uma enorme dor de cabeça e estomago embrulhado, mas o dia ainda não tinha acabado, cheguei em casa e tomei um banho bem rápido e fui para o jardim adorar N. Senhor, como eu chorei! Eu chorei por dentro como nunca havia chorado, eu queria tanto que aquilo passasse que só o que passou foi uma lagrimazinha dos olhos, quando acabou eu encontrei meu amor sentado na escada, como eu queria que ele me abraçasse como no dia anterior, eu precisava tanto dele ali nesse dia de vazio e morte, eu precisava tanto daquele olhar que diz “que bom que você esta viva amor”, mas não estávamos sozinhos para que isso fosse pronunciado, e também acho que ele não saberia adivinhar como eu estava para piorar eu tinha que ficar com ciúmes, como sou idiota, que coisa mais imbecil de se sentir, eu queria muito não sentir isso, mesmo, eu odeio sentir isso, eu sou tão insegura de mim que consigo deixar que uma criatura inofensiva e amigável que faz bem ao meu amor me faça sentir esse maldito ciúmes, eu queria tanto controlar isso, queria muito...
Para mim esse dia acabou com o sorriso de despedida, mesmo do modo em que eu me encontrava foi a única coisa que pode salvar o dia, depois foi só estresse, meu herói do poder que sorrir esta longe agora, com o seu esforço de me arrancar um sorriso, e quando tudo isso acabar, toda essa angustia se for, vou dar o melhor de mim, para ele.

Quinta- feira, 26 de novembro de 2009

Chegando de manha na escola, arrasada, sem estudar para a prova de biologia, sem animo para continuar com algo escolar, chega o Célio e puxa uma cadeira ao meu lado e pergunta o que aconteceu, e imediatamente viu que eu não tava bem e me perguntou se eu tinha estudado, a resposta foi obvia então ele começou a me explicar toda a matéria e me forçou explicar o que ele havia acabado de me explicar, ficamos nisso ate as 9 quando chegou a hora de fazer a prova, aquelas duas horas de companheirismo me fizeram sair ate que razoável na prova. Hoje ainda esta cedo para dizer como me sinto, eu estou quieta, acho que é essa a palavra, estou precisando de um abraço, de um beijo e de uma amiga...

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